sábado, 27 de dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

FOTO/POESIA...

É chegada a estação das chuvas. Todo ano presto um louvor
ao Fruto Pequí(Meu predileto) e aos pequizeiros do Cariri.


O PEQUÍ

Certa vez, ninguém disse assim...
Certa vez de ninguém se ouviu o dizer...
“O Pequi, não mata a fome”,
A fome, “é que se mata diante dele”.
Palavras da salvação!

Bendito és o fruto que és,
Aonde a pé se vai aos pés,
Quando ainda a flor bela nas alturas,
Em romarias as abelhas vão...
Quando se quer dar,
Quedas ao chão,
E aí, vão os homens em procissão!

De dezembro a fevereiro,
Quando reboam os trovões
E o céu desce a terra espargindo o aguaceiro,
Dá gosto ver na floresta,
Teresa e outros nomes brejeiros
Que ora me fogem a lembrança,
Na maior lambuzança, de colheita em festa!

Não é do rico, nem do pobre,
O que é para o rico, é para o pobre!
Oh! Fruto da concórdia que vergas os teus galhos
Indiferente ao credo de quem te aprecia!
Na Baixa-rasa eneblinada, oração e aboio...
Ides pois, oh, verdinho, aromatizai a mesa dos justos,
Abundantes sejam pequis que rôo!








Fotos e Poesia: Pachelly Jamacaru

"Direitos Reservados"

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

sábado, 22 de novembro de 2008

domingo, 16 de novembro de 2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

VITRINE VIRTUAL, 10 Nov 2008



Fotos//Abertura...



















"DIREITOS RESERVADOS"
Pachelly Jamacaru

sábado, 1 de novembro de 2008

VÍDEO: Entrevista...

domingo, 21 de setembro de 2008

RELÍGIOS...

DIÁRIO DO NORDESTE, 21 dezembro 2008

Imagens em Foco

Pachelly Jamacaru visitou o Caldeirão fora da época de romaria para redescobrir o lugar (Foto: ANTÔNIO VICELMO)

Crato. 71 anos depois da destruição do Caldeirão, a história da comunidade, liderada pelo beato José Lourenço, ainda emociona as novas gerações. O palco do drama épico, encenado pelos heróis do povo, ainda inspira poetas, escritores, jornalistas e fotógrafos. Na terra seca, inóspita e acidentada do Caldeirão, um grupo de agricultores escreveu com sangue, suor, lágrima e oração uma das mais tristes páginas da história do Ceará.

O Caldeirão suscita também alegria, trabalho, organização comunitária. É assim que o fotógrafo Pachelly Jamacaru repassa as imagens do Caldeirão da Santa Cruz de Deserto. Ele preferiu ir ao Caldeirão sozinho, fora da época da romaria, para não sofrer a influência da movimentação, ou melhor, a urbanização da área.

Na solidão daquele fim de mundo, o fotógrafo descobriu que a imagem de um cachorro em frente à capela, representava o último guardião de uma epopéia bem nordestina. O velho confessionário de madeira testemunha muda dos eventuais pecados, tendo como pano de fundo a figura do Padre Ibiapina que complementa o quando místico da localidade.

O velho Raimundo com sua mulher, Maria, e os quatros filhos, empunham inconscientemente a bandeira sacrossanta do beato, gritando por liberdade nas quebradas do sertão. As imagens vão repassando na cabeça do repórter como um caleidoscópio do passado.

Foi com esta concepção que Pachelly redescobriu o Caldeirão e refletiu através da lente de sua máquina o seu estado de espírito. Funcionário da Caixa Econômica Federal, ele fez da fotografia não somente uma terapia, mas uma forma emocionante de ver o mundo.

Cada um vê o mundo do seu jeito: uns mais coloridos, outros menos; uns alegres, outros tristes; alguns preocupados com problemas sociais, outros, em retratar situações inusitadas e divertidas. Pachelly diz que, no Caldeirão, viu o boi mansinho, o ritual das orações, a imagem carismática do beato, descendo e subindo ladeira com a cruz nas costas. “Para mim, fotografar o Caldeirão foi um desafio. Eu fui lá para brincar com as imagens”.

Reportagem: Antonio Vicelmo
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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BLOG DO CRATO, 21 dezembro 2008

BEATO JOSÉ LOURENÇO

Capela de Santo Inácio de Loyola, construída pelo beato José Lourenço, no Sítio Caldeirão, que foi palco de experiência comunitária pioneira (Foto: PACHELLY JAMACARU)

Depósitos de água em pedras que deram origem ao nome Caldeirão, no sítio onde viveu a comunidade liderada pelo beato José Lourenço (Foto: PACHELLY JAMACARU)

Para marcar os 71 anos de destruição do Sítio Caldeirão, acontece hoje a Romaria das Comunidades

Crato. A Diocese do Crato celebra, hoje, os 71 anos de destruição do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, uma comunidade religiosa, liderada pelo beato José Lourenço, que começou a ser formada na década de 20, na Baixa Danta, município do Crato e, depois, foi transferida para o Sítio Caldeirão, a cerca de 25 quilômetros da sede do município. A tragédia aconteceu mesmo no dia 11 de setembro de 1937, porém, em virtude das comemorações da padroeira Nossa Senhora das Dores, a Romaria das Comunidades no Sítio Caldeirão foi transferida para hoje.

O Caldeirão foi destruído no dia 11 de maio de 1936, quando cerca de dois mil sertanejos foram expulsos do Sítio. Naquela oportunidade, não morreu ninguém. “A Polícia acabou com tudo, mas, felizmente, nós estamos aqui para contar a história”, lembra o agricultor Antônio Inácio da Silva, residente no Sítio Ramada, Serra do Araripe, um dos poucos remanescentes da comunidade.

Ali sim, a Polícia deixou um rastro de sangue, incêndios e destruição de casas, espancamento de crianças, mulheres e velhos, além de saques, conforme recorda Inácio, acrescentando que houve luta corporal de populares usando facões, ferrões e cacetes contra soldados da Polícia bem protegidos.

Os historiadores dizem que foram mais de 300 corpos de trabalhadores rurais estendidos, numa das maiores resistências das populações camponesas nordestinas contra os proprietários rurais latifundiários da época.

O exemplo de luta, o modelo de organização, o sentido comunitário e a partilha são lembrados pela Igreja Católica que, neste ano, promove a 9º Romaria das Comunidades, com a celebração de uma missa, às 7h30 de hoje, na capela de Santo Inácio de Loyola, construída pelo beato José Lourenço.

Celeiro agrícola

A romaria tem como finalidade mostrar que o nordestino, mesmo em condições inóspitas, como no Caldeirão, tem condições de conviver com a seca. A comunidade, sob o comando do beato José Lourenço, transformou uma área acidentada, distante da cidade, num celeiro agrícola.

O beato e seus seguidores construíram barragens, açudes, instalaram oficinas de ferreiro, teares, engenhos de rapadura e casa de farinha. A comunidade tornou-se independente e ainda se dava ao luxo de fornecer mão-de-obra para os proprietários rurais da região. “Não circulava dinheiro e sobrava comida para todos”, lembra o remanescente Antônio Inácio. Foi justamente este poder de organização que assombrou a elite política e religiosa da época. “A comunidade do Caldeirão era uma ameaça a ordem política e social”.

Hoje, a Igreja Católica tem outra visão. A Romaria é a reafirmação da vida, promovida pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEB), em suas organizações comunitárias, propondo alternativas camponesas na convivência com o semi-árido.

Os organizadores do evento definem a romaria como um grito que se constitui numa mobilização no sentido de denunciar o modelo político e econômico do agronegócio que, além de agredir a natureza, concentra riqueza, renda e condena milhões de pessoas à exclusão social. “A romaria das comunidades é a caminhada de um povo que sonha, grita e luta pelo bem, onde todos se unem com grande animação, na defesa do projeto dos pequenos, tendo como exemplo o povo do Caldeirão”, destacam.

ANTÔNIO VICELMO
Repórter

Mais informações:
Curia Diocesana
Rua Teófilo Siqueira, 631
Caixa Postal 20
(88) 3521.1110
curia@diocesedecrato.org.br

SAIBA MAIS

Socialista

Um dos seguidores de Padre Cícero, beato José Lourenço, fundou a comunidade do Caldeirão, em uma terra doada por Padre Cícero. Essa Comunidade, organizada em modelos socialistas, atraiu o ódio das forças conservadoras. Os grandes proprietários de terra reclamavam da falta de mão-de-obra no Cariri, pois muitos trabalhadores rurais foram viver na Comunidade do Caldeirão. O Brasil vivia o Estado Novo, e Getúlio Vargas era o ditador. A Comunidade passou a ser vista como um embrião do comunismo.

Destruição

Quando os militares invadem a comunidade, os seguidores do beato não reagem, pois não estavam armados. Caldeirão é destruída e os camponeses expulsos. O beato conseguiu fugir de Caldeirão, fundou mais tarde nova comunidade na serra do Araripe. Novamente a comunidade é destruída.

Reportagem: Antonio Vicelmo
Fonte: Jornal Diário do Nordeste

RECORTES JORNAIS...

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