sábado, 27 de junho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

José do Vale Feitosa, escreveu...


Não parece banal dizer que a fotografia é o olhar do fotógrafo? Pois é mesmo. Não apenas pela banalidade, é que a fotografia certamente é o fotógrafo e um fotógrafo não é apenas um olhar. Um fotógrafo nem sequer é apenas ele, são tantos como já dizia Vinícius de Moraes no seu Samba da Bênção na rima com Moacir Santos. Pachelly Jamacaru parece ter uma avenida principal e esta é a doçura. Uma doçura de mãe, protetora, compreensiva, amorosa no limite das falhas do mundo. Fotografa as flores da floresta do Araripe ou dos jardins da cidade com a mesma compreensão com que capta aquela criança gorda, com as faces suja, sentada no terreiro da pobre casa de taipa. Mas é pouco quando se diz doçura, pois doçura alienada do seu objeto não é doçura alguma, é amargor de desfiliação. É que Pachelly é filiado ao Cariri, à sua Chapada do Araripe, nome que não diz apenas espaço, mas o largo da história do povo que por aí habita. Neste ponto a doçura se reveste na dramaticidade do pouco que o progresso não vingou, na violência tão simbolicamente captada naquela dança dos Irmãos Anicete com um deles empunhando um punhal na mistura de braços às costas do outro. E se do espaço Pachelly é parte, é preciso quando fotografa a verdadeira face do espaço. Se, vai a Barbalha, tantas imagens de Santo Antonio, de arruamentos, capelas e matriz, mas ele vem e nos surpreende com uma foto panorâmica de Barbalha ao fundo com o canavial ao redor. Pronto minha mente se acende: é Barbalha, a iniludível Barbalha. Quem fotografa deste modo é um fotógrafo como dizem dele desde o século XIX. Não um olhar apenas.

José do Vale Pinheiro Feitosa

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Zé do Vale Feitosa, poesia para uma foto!


Tudo é grande,
O sopro musical,
Dos trompetes, trombones e trompas.

Uma tuba tenor?
Baixo ou contrabaixo?
Bombardino dos dobrados de antão?

Um maestro da face concentrada,
Carregando o público às costas,
Uma bandeira que espia,
E os pulmões que cantam.

Tudo tão praça,
Tão rua que espia lá longe,
Quando ainda não era o que é.
Um cometa de saudades.

Mas não é aí que a imagem se encontra.
É naquele ser pequeno,
Tão diminuto na lente que amplia,
E seu olhar intrometido na formação,
Da banda em festa.

Certo que um olhar navegado,
Pelas notas que encantam seu respirar,
As orelhas saltam em resposta de presença,
E a desgrenha de seus cabelos maroto.

E que boca concentrada,
Já ensaiando um dia que assim tocará,
Torcendo os lábios em antecipações,
Das emanações que um dia florirá.

E ele nos diz isso.

Poesia: Zé do Vale!
Foto: Pachelly

sábado, 20 de junho de 2009

SÃO JOÃO DE PÉ DE SERRA... Pachelly Jamacaru

Este figurino espontâneo, ingênuo e tradicional, aos poucos está desaparecendo das noites de São João e, dando lugar à quadrilhas estilizadas, culturalmente padronizadas, que pra mim, são ricas em suas produções, porém, pobres de autenticidades! São as quadrilhas municipalizadas para fins turísticos.

Garimpei este São João bem brasileiro, evidentemente com pré-indícios da globalização, mas ainda assim, bem mais genuíno, nas encostas da Serra do Araripe!
E... " VIVA SÃO JOÃO minha gente"!







"Direitos reservados"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Pachelly J. Junho 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

Estou expondo fotografias na URCA (Universidade Regional do Cariri), de 16 à 19 junho, pelo curso de LETRAS. Visitem!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

sábado, 6 de junho de 2009

P.Jamacaru Junho 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

José Flávio Vieira comenta Pachelly Jamacaru


"As coisas não querem mais ser vistas por
Pessoas razoáveis:
Elas querem ser olhadas de azul,
Que nem uma criança que você olha de ave".


Manoel de Barros


Pálido e parvo diante do esplendor da natureza, o olho humano se vai tornando acostumado, acomodado: busca sempre os mesmos ângulos, o mesmo enfoque, mira sempre na mesma aresta de realidade.
Fitamos o caleidoscópio do mundo sempre pela mesma bitola, pelo mesmo estreito orifício que nos abre a mente para o multicolorido da vida, mas nos hipnotiza e nos fixa o olhar no mesmo foco.
Nossas concepções de feio-belo, de bom-mau estão intimamente ligadas ao alvo que acostumadamente miramos. Só os poetas têm a capacidade de olhar as coisas de azul, de imprimir-lhes alucinação e delírio.
Assim é o Cariri que salta das lentes do nosso Pachelly Jamacaru. O cotidiano sem o embaçamento do filtro pequeno burguês; a estonteante paisagem sem o clichê da trivialidade; a vida que pulsa e explode do ínfimo, do simples, do aparentemente imprestável.
A fotografia de Pachelly nos transporta para outra dimensão das coisas do planeta e nos ensina que há aroma de mangaba nas abas das manhãs; que sabem a pequi os frutos da jaqueira; que há marulho de cascata nas franjas dos luares, que é preciso olhar de ave as primícias desta vida.

José Flávio Vieira