quinta-feira, 29 de abril de 2010

JOSÉ DO VALE escreveu...


por José do Vale Pinheiro Feitosa

Nem leia o que segue. Enderaça-se ao blog de fotografias do Pachelly Jamacaru. Veja o ensaio que ele fez com Nova Olinda. Depois, se quiser, venha ouvir a minha conversa. Talvez não necessite, o ensaio é mais importante assim como você também.

O Pachelly escreve tateando, tendo cuidado de não ferir sentimentos. Pessoalmente, ele é calmo, mas em absoluto é zen. Tem uma tensão controlada em seu porte, que se evidencia pelo tempo que leva até se aproximar de alguém. Chega de leve, sem querer invadir e não se incomoda se antes o seu recato pudesse ser interpretado como indiferença.

Quando argumenta, não ri. É muito sério quando forma suas sentenças de pensamento. E franze o cenho diante da contestação às suas idéias. Mas nisso, eis seu paradoxo: é muito atento com o que diz o outro. Em resumo, Pachelly Jamacaru é um artista, vivendo como artista, discutindo arte e tem uma voz mansa que não representa em absoluto a sua arte.

Este ensaio sobre Nova Olinda é arte, pois ir àquela cidade e fotografá-la com os macetes e ângulos da moda pode não ser. Mas o Pachelly fotografa, o que se encontra lá, como se ele desse uma "arrumada" na composição. Esta coisa de mostrar uma ordem cênica no mundo é quase que lampejo, dura segundos e muitos poucos têm a mente atenta o suficiente para captá-la.

Escolho quatro fotografias, mas poderia pegar aquela de Seu Expedito Seleiro, em seu eterno sonho de Lampião, o mito são as alpercatas do cangaço e Pachelly nem fotografou a espingarda toda, mas o olhar de riso do artesão diz muito bem do seu segredo comercial. Tantas outras, mas quatro me foram marcantes como representativas das demais: a Casa Grande, a Bodega, a Oficina e A Sala em que a idosa ver televisão.

Ele fotografou a Casa Grande de um modo inteiramente diferente com que a vemos em imagens. Entende-se, ela fica numa rua larga e muito visível ao transeunte, foi escolhida como símbolo do projeto do Alemberg e por isso sempre se evidencia como imagem solitária. Mas o Pachelly foi lá e a fotografou de um modo nunca visto: um pedaço da cena, entre outras, por trás dos troncos evidenciados das árvores, cuja folhagem não mostram as cores, mas as folhas e flores do jardim embaixo a substituem.

A bodega é um ensaio sobre a cor: a bicicleta vermelha descansada no balcão amarelo, ambos tomando parte substancial do olhar, mas se desdobrando em misturas de cores primárias nas paredes e prateleiras. Sobre a garupa da bicicleta um cesto parece dialogar com a mesma cor do piso.

A oficina é um ensaio abstrato. Pode pegar qualquer grande pintor abstrato que verás esta mesma proposição artística. Tudo na composição faz sentido, desde aquela peça vermelha no centro da imagem, como todas as formas que fragmentam conceitos nos três cantos do olhar, ficando mais clara esta fragmentação dada a certeza conceitual da moto bem evidente e à frente de tudo. Satisfeito? Tem mais, uma banheira azul que certamente serve para testar o furo na câmara de ar, no ponto lateral à esquerda do olhar, como se dialogasse com o pedaço avermelhado antes descrito.

A sala tem muitos significados. Primeiro a própria sala. Ela é azul. A cor do céu. Céu cuja trilha é feita com as guardas e guias de santos pela parede. Tem um santuário e claro que a solenidade dos membros da família em fotografias espalhadas pelas paredes. Como a fazer a ligação entre o céu e o altar da terra, ainda se põe o olhar num tecido vermelho que emoldura a parte inferior da foto. A esse molho todo, acrescente o efeito da iluminação, dando à cena seu tom mais sublime. Mas eis um mais agudo do lampejo de Pachelly: a senhora, idosa, muito certo que autora da fé, se encontra de costas para o nosso olhar, atenta a um outro "céu", aquele da televisão e sua presença dominante na casa das pessoas.

Quando pensamos na glória do grande mercado de arte, é preciso que na altura dele não se esqueça de grandes artistas, que vivem e criam, continuamente como faz Pachelly Jamacaru.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ensaio: Visitando Dona Nilda, Pachelly Jamacaru

Meus amigos, se vocês são do interior, sabem do que vou falar agora. Sabem o que é ser convidado a comer uma Galinha a Cabidela, com feijão de corda, macaxeira, gerimum e um refrierante de Cajuina! Ah sabem, quem é do interior sabe o que é isso!
Passei a manhã do feriado de 21 de Abril, na Cidade de Nova Olinda-Ceará. Fiz este poucos registros.

Toda cidade do interior tem lá sua Matriz! Esta é a de Nova Olinda-Ceará

A Casa Grande. Estive lá e conversei com Alemberg e Rosiane Quindins. Gente simples e com um trabalho invejável na educação e formação cultural de crianças!

Bodega, mercearia, esolham! A bicicleta parece desafiar um mundo onde não se pode deixar nada quiteinho que não seja roubado!

Gente simples, com trajes tons sobre tons. Com um sorriso deste, até parece que estamos em São Paulo! Claro que não, só interior as pessoas sorriem com tamanha alegria!

O mestre Expedito Seleiro, fotogrado na maior descontração, com um exemplar dos Chapéus que o seu pai fazia para Lampião e que ele mantém a tradição. Ele é um renomado artesão dos couros.

Dona Num Perguntei Seu Nome, dava um show de habilidades com a palha!

Que simpático! Enquanto sua dona fazia artes em palhas, ele fica refletindo sobre o som dos carros que passava!

Encontrei o caos organizado numa oficina típica de cidade interiorana.

A anfitreã, estava pouco ligando para fotos. Assistia sua missa virtual, com muita concentração em sua singela sala, adornada com quadros e imagens Sacras!

Sr. Zé de Dona Gilda, era só tranquilidade pousando pro Portrait!

Depois então, Dona Gilda fez esta linda pose de Rapunzel à camposesa! Adorei esta foto.

Ana, filha de Dona Gilda, pilotava a cozinha a lenha!

Taí, simplesmente irresistível! Huuuuuuuuuum, mesa simples, comida farta, huuuuuuumm, desculpem viu, desculpem, mas chega de fotos né, vamos ao qu interessa! rs rs rs

domingo, 18 de abril de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

Pachelly Jamacaru

quinta-feira, 8 de abril de 2010

SHOW: MUSI(CA)MINHOS de Pachelly Jamacaru, primeira chamada!

Será no Centro Cultural BNB em Juazeiro do Norte, dia 30 Abril, Sexta-feira as 19.30h pontualmente. Marquem presença!

domingo, 4 de abril de 2010

Onipresença, Pachelly Jamacaru

Urubus e Garças ocultam suas cores diante do esplendor do sol
E, pousam leve, e com leveza, sobre toneladas de impurezas!
Há quem duvide que são criaturas de Deus!
Eu, na minha insignificância e cultura menor, entendo como criaturas do acaso bem pensado do poder da Criação!

Nada está em vão neste mundo.


Clic na imagem para Ampliar.

Imagens colhidas na Semana Santa, Pachelly Jamacaru




quinta-feira, 1 de abril de 2010

Boa Páscoa!

Caretinhas.